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Sobre o filme Juno


Ao assistir ao filme “Juno” fiquei me perguntando o que exatamente o autor quis transmitir com a história. Particularmente, achei um filme de péssimo gosto. Uma menina de 16 anos engravida de forma irresponsável e, com o apoio do pai, entrega seu filho. Num país onde o aborto é legalizado ela desiste de abortar e prefere entregar o bebê para ser adotado. Até aí tudo bem, mas tentar tratar esse assunto com tamanha naturalidade a ponto de o pai, um homem já maduro, aceitar tranquilamente a situação... Que tipo de valores foram ensinados a essa garota? É ridículo, essa está longe de ser nossa realidade e espero que nunca venha a ser. Pra mim esse filme não passa de um incentivo às adolescentes, “transem sem preocupação, haverá sempre um casal a espera de alguém que queira doar um bebê”, como se houvesse apenas a gravidez como risco numa transa irresponsável, sem proteção.  Espero que esse filme não venha a ser usado nas escolas para discussão de um assunto tão importante como a gravidez na adolescência, ele definitivamente não é o mais apropriado.

Ela aprendeu alguma coisa com aquela experiência? Não, ela não aprendeu nada, se pensarmos bem na cena em que Juno conversa com o pai de seu filho sobre ter percebido que o ama, que ele era especial e blá, blá, blá, ele pergunta se eles poderiam transar e ela responde positivamente de forma tão despreocupada, irresponsável como provavelmente foi da primeira vez. Acho que aquele seria só o primeiro filho. Afinal, ela não foi responsabilizada por nada, é fácil ter um filho e entregá-lo ao nascer, principalmente quando se tem o aval da família que tem papel fundamental na criação, caráter e, consequentemente, nas atitudes de seu adolescente. O que ela sofreu como conseqüência de seu ato? Ela não teve que se avir com a criação do bebê e, como bem disse a médica que realizava sua ultra-sonografia, “graças a Deus” por isso. Nessa cena o filme até tentou nos mostrar certa preocupação e descontentamento da madrasta com a fala da médica, tomando as dores de Juno; no entanto, não foi nem um pouco convincente, nem teria como ser. Desde o início do filme a família se mostrava conivente com toda a situação no sentido de não impor limites. Juno fazia o que queria e pronto.

Para finalizar, quem acredita que em pleno século XXI uma garota de 16 anos seja ingênua o bastante para ir à casa de um homem casado e ficar conversando com ele por horas mesmo sabendo que a esposa não estava? É a paixão pela música que a levava até mesmo a telefonar pra ele? Prova de sua segunda intenção é o fato de logo ao se conhecerem Juno usar o perfume de Vanessa, Juno queria ter o que era dela desde o início, inclusive seu marido. Ele, por sua vez, ao dizer a Juno que iria sair de casa insinuando que os dois poderiam iniciar um relacionamento, lhe deixa assustada com a possibilidade de, ao ficar com seu marido, Vanessa, com raiva, desistisse da criança e ela não conseguisse se livrar do filho. O que Juno não sabia é que a única coisa que importava à Vanessa era o bebê. Para se safar de qualquer desconfiança, procura o palerma do pai de seu filho do qual ela só conseguia ver da cintura para baixo e lhe faz juras de amor e inicia um namoro de aparência. Provavelmente ela ficaria com os dois, um, apesar de ser velho como ela mesma disse, a atraiu desde a primeira vez, tinham em comum a paixão pela música, e isso pra ela bastava. Do outro eram suficientes suas pernas e o sexo.

Enfim acho que são suficientes minhas considerações, estou decepcionada com o infeliz enredo desse filme e não vejo o que de bom ele pode nos trazer. O que mais me chamou a atenção e me preocupou profundamente é que ao ver na internet a avaliação do público a respeito do filme, percebo que justamente os adolescentes o consideram ótimo. Isso é veridicamente preocupante.